sábado, 29 de outubro de 2011

Viagem imutável

    Sem toda parafernalha ou qualquer maquinário, a tecnologia do imaginário se mostra eficaz,
e atravessando as linhas entre o que se fez e o que se faz, descobre que nada será feito
  A oração, o objeto e o sujeito, estão em desalinho e por mais perfeito que seja o pretério, não se faz tangível

    Pessoas, desastres, acontecimentos, mentes, delinquentes, tormentos, tem lugar pra tudo no banco de tras
  Um senhor cego me contou, atravessando fora da faixa na rua congestionada, que mudaram as doenças e modas, nem bengalas nem cadeiras de rodas. Tudo o que se veste é uma segunda pele, as pragas afetam apenas o interior. Como armadura, o exterior não se fere, mas fede, e isso não há perfume que altere

    Percorrendo o tempo-espaço como o veneno que percorre as veias, tiro poeiras e teias, leio manuscritos e tomo remédios prescritos que me colocam pra dormir

Acordo sabendo de tudo e não entendendo nada, as informações embaralham a cabeça como palavra cruzada, e quando você completa uma, outra está errada.

Percebo que o tempo passou e as equações perderam de vez seu espaço para as contas de vezes,
Não existe nem mãe nem pai, como cachorros, todos são iguais, e os amores eternos vão durando meses

2 comentários:

  1. Como eu ja disse: PARABENS! Nosso país precisam de mais textos assim, visto que, ultimamente, só tem sido divulgado textos que nao nos acrescenta em nada, etc. Considere isso como um elogio, okay? OKAY! Bjo!

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  2. os meus olhos percorreram o texto mais sensato do mundo! queria ter 1/10 da tua inspiração e do teu vocabulário pra escrever :)

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