quinta-feira, 12 de abril de 2012

Vem Luz Vai

Olhos que só enxergam cristais
dividindo todo o mundo em fractais, partes iguais
partes diferentes, que não fazem a diferença
elevam sua irrelevância ao mundo
Tentei digeri-lo, embrulhou o estômago,
antes o embrulho fosse pra presente, com um laço bonito,
um cartão com uma bela mensagem.
De que vale o presente? queremos a imagem.

Não apenas as portas se fecham, como também os rostos
olhar nos olhos agora gera o desgosto, desconforto
para todos aqueles que enrugam a testa,
vendam os olhos, porque nada mais presta.
Quanto custa teu sorriso? quer pagamento à vista?!
Quanto custa sorrir?

Enfurnados na gaiola ou enfurecidos nas ruas
os animais sempre acabam conseguindo o alimento que querem
Algum tanto de luz, raramente se acha
quando se consegue, é limitada, luz baixa

Tal qual um abajur, que mal tem luz para iluminar um quarto
é como se tivéssemos um quarto dessa luz.
E isso conduz o bem que se faz ao redor, acolhe e conforta.
Pergunto então, porque não ser Sol?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Espelhos de imagem distorcida

Cabelo embaraçado, tênis furado e o bolso apertado
todas as placas mostram um grande NÃO
mas quem foi que disse que existe padrão?

No Sol, o cansaço, na amada um amasso, engolindo o bagaço
e debaixo do braço leva o violão
mas quem foi que disse que existe padrão?

O olho, azul, o pensamento crú, de boca fechada e de corpo nu
sinônimo da atual satisfação
você insiste ter que ter padrão? ser padrão? ter patrão? ser patrão?

A reviravolta, virá com a revolta, se se mostrar vivo, ser sujeito ativo
então virar composto, para tomar o posto do que é desgosto
se fazer feliz, sem cobrar, da felicidade, imposto
Mesmo o demente, sem falar no carente, ainda que falte um dente, não se sinta à frente, porque toda gente é um espelho da gente.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Blablação Vazia

Blá blá.. língua limitada, não da nó, nem perde a fala
agradece e agrada, não corre risco
não se põe nem se opõe

Palavras baratas numa expressão de falsa cara
que nem se compara ao abraço, o beijo e o gesto
de carinho que não se faz confesso

Troféus e medalhas de ouro,
desse ouro, toneladas não são nenhum tesouro
assim funciona o mecanismo, bem regrado, limitado, programado para o eterno.. Blá blá

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Trajes Restritos

No jogo de luzes e ilusões irritantes,
nada se vê à flôr da pele
nada se sente, ninguém se fere
ninguém se encanta, só se repele

A beleza não tem consigo força,
para romper os muros que os olhares impõe
ouvidos ligados na melodia inconveniente
que línguas sem graça compõe

Me disfarçarei!
Colocarei trapos e seguirei com sede
ou quem sabe um terno e sapatos caros?
serei tipos descartáveis, bonitos, simples e raros
esconderei, de fato, a sinceridade de meus olhos verdes.

Entraria em igrejas para contar meus causos,
oferecendo qualquer bom líquido para meus ouvintes?
seria igualmente impactante estourar os tímpanos alheios com meus refrões
ouvidos suplicando pelo fútil e olhares mirando cifrões

De qualquer modo poderia respeitar as placas, andar nas faixas
mas, graças a Deus, nesse quebra-cabeças de todo dia,
sempre existe uma peça que não se encaixa

sábado, 29 de outubro de 2011

Viagem imutável

    Sem toda parafernalha ou qualquer maquinário, a tecnologia do imaginário se mostra eficaz,
e atravessando as linhas entre o que se fez e o que se faz, descobre que nada será feito
  A oração, o objeto e o sujeito, estão em desalinho e por mais perfeito que seja o pretério, não se faz tangível

    Pessoas, desastres, acontecimentos, mentes, delinquentes, tormentos, tem lugar pra tudo no banco de tras
  Um senhor cego me contou, atravessando fora da faixa na rua congestionada, que mudaram as doenças e modas, nem bengalas nem cadeiras de rodas. Tudo o que se veste é uma segunda pele, as pragas afetam apenas o interior. Como armadura, o exterior não se fere, mas fede, e isso não há perfume que altere

    Percorrendo o tempo-espaço como o veneno que percorre as veias, tiro poeiras e teias, leio manuscritos e tomo remédios prescritos que me colocam pra dormir

Acordo sabendo de tudo e não entendendo nada, as informações embaralham a cabeça como palavra cruzada, e quando você completa uma, outra está errada.

Percebo que o tempo passou e as equações perderam de vez seu espaço para as contas de vezes,
Não existe nem mãe nem pai, como cachorros, todos são iguais, e os amores eternos vão durando meses

domingo, 24 de julho de 2011

Nós sem pontas

Se você cai no mar, sem saber nadar
aprende na marra ou se vê com amarras?
o mais comum é a maré te levar
O conflito interno faz do oceano um figurante
parasita é a incessante busca pelo erro
te afoga no próprio desespero
a explosão de sentimentos do momento, joga pensamentos pro arrebento,
com porqueS e mais porqueS, não se tem entendimento,
é você contra você e não existe argumento,
terminado tal evento, a mente te joga ao relento.
vai ver as voltas da terra deixam a gente tonto
impossivel se manter num ponto, sem cambalear
engraçado aqueles que ousam tentar, se convencem do que querem
mas          é uma batalha tremenda estudar a nós mesmos

porque se nós somos nós, de onde vem essa corda?

onde foi amarrada que ninguem encontra?

porque o primeiro nó está lá e não me conta?

Acorda! nós somos mesmo é nós sem pontas!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Escada dos Superficiais

O fruto proibido é o desconhecido
Podemons chegar até onde os olhos podem alcançar? e o que fazer ao estar lá?
são modos, etiqueta, penteados, medos deixados de lado,
guardados num baú bem escondido onde a simplicidade faz abrigo e a chave foi jogada fora
e o tesouro invisível é gasto com vícios e não dá esmola
o caráter dá lugar à caracterização
De traje a rigor e semblante invejável
querem saber o que é falso e o que é natural
onde é natural ser falso
bons perfumes passam pra lá e pra cá
mas tudo se faz inodoro para narizes altos como os saltos que pisam no asfalto
com rosto de enterro, olhando apenas UMA imagem, brincam de jogo dos sete erros.
Antes do nome, procura o sobrenome, com fome de status
e através de contatos e boatos, se faz forte candidato à chegar no topo
porém, nessa grande escada, cada degrau é um corpo.