quarta-feira, 13 de abril de 2011

Vende-se Grátis

Palavras vem e vão, algumas na contramão,
sem que haja um fiscal de conversação.
Quando tudo tumutúa e a ofensa é mútua,
chega em casa a multa, sem juízo nem juíz,
porque a verdade só é absoluta pra quem diz,
e antes do "você fez" nunca se vê "o que fiz".
Línguas deixam de laçar beijos para travar batalhas,
mas a fonética falha como um tiro que sai pela culatra,
sempre se corta a língua mais fraca.
Quando o verde pula logo pra bagaço,
se perde todo o compasso,
se desiste por cansaço
ou se parte em pedaços.
O mandante e o submisso
no inconstante compromisso
omisso pelo falso sorriso que se cala,
levando consigo uma mala,
viajantes aguardando seu regresso
com um par de ingressos pro insucesso.
Toda lataria pode ir ao chão, mas fica intacta a caixa preta de um coração.
Se permita entender, cortar o bem pela raíz o impede de florescer,
 nascer, crescer, prevalecer, 
fortalecendo o portador, que não porta dor alguma
e é transmissor de ânimo,
que é o próprio amor em pseudonimo,
tudo que há de bom se faz sinônimo.
Mandando encômodos pelo ralo da mente,
se faça contente sem intervalo,
o próximo anseia cuidados,
amor não vem em comprimidos e não será prescrito,
pois só é nocivo em seu descaso.
Me pergunto,
por acaso o ferido pode ser felizardo assumindo o cargo no caso?