sábado, 27 de novembro de 2010

Escorregador

Sorriso, riso, gargalhada de tudo e de nada
não somos apenas sacos de pancadas
A vida é ringue, mas não choramingue
volte aos tempos da pedrinha no estilingue
quando era piscina de bolinhas e fubeca
cada pulo na amarelinha
cada tapa na peteca
Vai moldando sua própria verdade
com sua sempre dura curiosidade
mentindo para a mole realidade
Enquanto seguem as regras à risca,
la fora chuvisca
e só quero saber porque o vagalume pisca
Sem saber dos gafanhotos ou dos louva-a-Deus
com tantos outros insetos que vejo em museus
Vi e vejo a tal evolucão da espécie, que morre e cresce
e enquanto caminha, se esquece
Nasce enquanto dorme,
onde não existem vergonhas e nem bebês trazidos por cegonhas
encontro marcado com o surreal, todo dia termina sem final
E quando o sol bate na cara, é ressaca que sinto
como se tivesse me afogado em absinto
"quantos minutos ainda vai ficar nessa cama?"
"meu Deus, me dá pelo menos cinco!"
Cinco minutos dura minha música favorita
dentro do meu casco feito eremita,
ouço apenas ela enquanto o mundo grita
Vou pela calçada, tomando distância
pra não ser atropelado por uma ambulância
Vi pessoas com pulseirinhas escrito 'esperança'
eram bacanas, reluziam na pista de dança
mas os dizeres não as causavam mudança
Tem lá quem ainda apela, que diz que a vida é bela
mas odeia quando o Plantão interrompe sua novela